6 de outubro de 2014

Polêmica Bolsonaro x Jean Wyllys foi benéfica para os dois ou: arranjem outro para chamar de representante dos militares!

Jean Wyllys x Bolsonaro (Agência Câmara)
RJ - Como era previsível, tanto Jair Bolsonaro (PP) quanto Jean Wyllys (PSOL) viram sua votação crescer em proporções gigantescas em relação aos resultados da eleição de 2010.
Os embates sensacionalistas em temas polêmicos como o Kit-Gay e o casamento homossexual, entre outros, fartamente divulgados na mídia, renderam à dupla de políticos resultados extraordinários no pleito deste ano.
Bolsonaro foi alçado à condição de deputado federal mais votado do RJ: dos 120.646 da eleição anterior, o polêmico capitão alcançou extraordinários 464.572 votos este ano (343.926 a mais que em 2010).
Proporcionalmente, o resultado do ex-BBB Jean Wyllys foi ainda mais expressivo. Afinal, sua votação saltou de 13.018 em sua eleição de estreia para 144.770 votos  neste ano. Ou seja, o militante gay multiplicou seu eleitorado em mais de onze vezes.
Enquanto Bolsonaro e Wyllys beneficiaram-se dos holofotes para alcançar resultados muito expressivos, os militares das Forças Armadas não conseguiram eleger um candidato sequer para chamar de seu.

E o Bolsonaro, Montedo?
Uma coisa precisa ficar clara, se é que alguém ainda não percebeu: há tempos - e é direito seu - Bolsonaro, mesmo veladamente, tem relegado a segundo plano as demandas dos militares e levantado outras bandeiras, mais rentáveis eleitoralmente. Seus discursos durante o mandato corroboram a primeira afirmação e sua votação neste pleito confirma a segunda.
Sem trânsito nas esferas palacianas, na Defesa ou mesmo junto aos comandantes militares, portanto, com mínimas possibilidades de interferir em favor da classe fardada junto ao Executivo, o deputado tem escassa participação nas demandas dos milicos do andar debaixo. Prova disso foi sua 'não presença' no movimento em favor dos militares do Quadro Especial.
Para não correr o risco de ter suas emendas vetadas pelo Governo, Bolsonaro costuma destinar maciçamente as verbas de sua quota parlamentar para organizações de saúde e outras unidades das Forças Armadas. Sua contribuição - e não a desprezo, de forma alguma - para com os militares tem sido essa. Não protagonizou nenhuma articulação visando a melhorar efetivamente a situação dos militares, como a volta do adicional de tempo de serviço ou a regulação por lei das promoções das praças, para citar apenas dois exemplos.

Encerro
Passada a eleição, resta aos militares de baixa patente canalizarem suas demandas para políticos que lhes deem ouvidos e entre estes não está Jair Bolsonaro.


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