3 de setembro de 2014

Exército diz que atende pedidos da Comissão da Verdade dentro da legalidade

A ex-guerrilheira Criméia Schmidt de Almeida, que sobreviveu à Guerrilha do Araguaia, afirmou que militares que a interrogavam mostravam cabeças degoladas de guerrilheiros mortos pelos agentes de repressão para forçá-la a identificar as vítimas. A declaração foi dada durante audiência pública da Comissão Nacional da Verdade em Brasília nesta terça-feira (12).
Após sofrer duras críticas de entidades de direitos humanos e ex-presos políticos, o comandante do Exército, general Enzo Peri, divulgou uma nota nesta terça-feira (2) em que afirma que a instituição está atendendo todas as solicitações da Comissão Nacional da Verdade e do Ministério Público "dentro dos princípios legais vigentes".

Orientação enviada pelo Comandante do Exército aos quartéis
Peri se defende das acusações de zombar da Comissão da Verdade e da presidente da República, Dilma Rousseff (PT). Um abaixo assinado por entidades de direitos humanos e familiares de desaparecidos durante a ditadura brasileira pede a demissão de Peri alegando que ele afronta "os poderes da República, aos quais deve obediência".
O clima de animosidade começou após Peri ter assinado um ofício distribuído aos quartéis em que proibia a colaboração com investigações sobre violências que teriam sido praticadas em dependências militares nos anos da ditadura, no final de fevereiro.
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A Procuradoria Geral da República deverá entrar na Justiça com uma representação contra o comandante. O entendimento é que a medida afronta a lei.
A nota do Exército informa que "dentre as atribuições que cabem ao Comandante do Exército, consoante previsão de lei complementar 97/1999 e no Decreto 5.751/06, está a de orientar seus subordinados quanto a procedimentos administrativos a serem adotados no âmbito de toda a Força".
O documento diz ainda que "com relação à centralização das respostas aos pedidos que busquem detalhar dados do período entre 1964 e 1985, a ação visa a padronizar procedimentos, contextualizar os fatos, evitar o fornecimento de informações incompletas e atender o mais rápido possível às demandas".
UOL/montedo.com

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