15 de agosto de 2014

MPM denuncia ex-comandante de batalhão do Exército por desvio de recursos na perfuração de poços

PJM FORTALEZA APURA DESVIO DE RECURSOS NA PERFURAÇÃO DE POÇOS
As audiências do processo que apura irregularidades no 3º Batalhão de Engenharia de Construção – 3º BEC, em Picos-PI, referentes à perfuração de poços, estão em curso na Auditoria da 10ª Circunscrição Judiciária Militar, em Fortaleza-CE.
A Procuradoria de Justiça Militar em Fortaleza ofereceu denúncia contra um coronel da Reserva e um ex-tenente, ambos do Exército, pela prática do crime continuado de peculato, previsto ao art. 303 do Código Penal Militar. Os denunciados apropriaram-se indevidamente de valores referentes à perfuração de poços no estado do Piauí.
O coronel Paulo Roberto de Souza comandou o 3º BEC
de 04 de Janeiro de 2007 à 21 de Janeiro de 2009
(Fonte: site do 3º BEC)
Entre janeiro de 2007 e janeiro de 2009, o coronel denunciado exercia a função de comandante do 3º BEC. Já o ex-tenente, era o chefe da equipe de perfuração de poços do 3º BEC.
Nesse período, quando os particulares procuravam a equipe de perfuração de poços demonstrando interesse em contratar o serviço, eram orientados a entrar em contato com o ex-tenente, responsável por comunicar ao coronel que autorizava a execução da perfuração.
De acordo com as investigações, era exigido o valor de R$ 50,00 por metro perfurado, acrescido de alimentação e combustível. O montante apurado era pago em espécie a um servidor, sendo imediatamente repassado ao ex-tenente e ao coronel. Tais valores deveriam ser recolhidos à Secretaria do Tesouro Nacional, por meio de guia de recolhimento da União.
Apurou-se que a equipe perfurou, no mínimo, 38 poços em propriedades particulares situadas em municípios do interior do Piauí, embora haja indícios de que outros poços tenham sido perfurados, considerando a saída de pessoal e de viaturas da equipe de poços.
Por meio da perícia, chegou-se à conclusão de que a atividade de perfuração dos poços gerou uma receita de R$ 123.430,00. Desse total, apenas R$ 14.250,00 foram recolhidos ao Tesouro Nacional.
Também foi verificado que o coronel e o ex-tenente tiveram movimentação em suas contas-correntes incompatíveis às remunerações percebidas. Nas contas do coronel foram depositados R$ 119.665,72, no ano de 2007, e R$ 260.097,28, em 2008, sem comprovação de origem. Nas contas do ex-tenente foram R$ 145.108,42, em 2007, e R$ 87.566,52, em 2008, nas mesmas condições, sem justificativas.
Para o MPM, está claro que os denunciados apropriaram-se, em proveito próprio, de valores pertencentes à Fazenda Nacional de que tinham posse em razão do cargo, caracterizando a hipótese de crime militar de peculato, em concurso de pessoas, de forma continuada.
MPM/montedo.com

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